sexta-feira, 30 de abril de 2010

A ONÇA DO CANADÁ.

Hoje é dia de onça
Hoje tem lua cheia
Sai da beira do caminho
Que o perigo rodeia.
Nunca ande sozinho
Na mata que o rodeia.

Essa é uma história muito antiga. Na noite de lua cheia, a onça do Canadá assombra muita gente.
O Canadá é uma localidade próxima dos arredores de Pindaré-Mirim, lá no Maranhão. Quem passasse pela localidade do Canadá e não se benzesse três vezes e rezasse três ave-marias, podia contar que seria atacado pela onça do Canadá.
Numa daquelas noites de lua cheia, uma moça que estava grávida, começou a sentir as dores do parto. Era sexta-feira, a lua estava cheia. O marido, coitado, não teve escolha. Para chegar até a cidade, tinha de passar pela mata fechada onde a onça costumava ficar escondida.
O coitado para não ir sozinho, foi busca o compadre da direita e o compadre da esquerda e como ninguém era besta, cada um levou se facão para se proteger. O outro mais medroso, disse:
- E agora, compadre, e a onça? Vamos encarar a danada?
O outro mais valentão respondeu:
- Usei! Somos três. A gente dá conta do recado.
E lá se foram os três, até que no coração da mata ouviram o som estridente da onça. Ao ouvirem o segundo grito, a onça saltou da moita. Cada um pegou seu facão e partiram para cima da danada. Encurralada, a onça tratou logo de fugir dos três mosqueteiros, mas não escapou de ficar toda retalhada.
O mais surpreendente foi no dia seguinte quando descobriram que uma velha feiticeira, que morava nas proximidades do Canadá, tinha aparecido morta na porta da sua casa, toda cortada e ensangüentada.
Chegou-se a conclusão, então, que a onça do Canadá era esta feiticeira que, nas noites de lua cheia, se transformava no tão temido e famigerado animal que mete muito medo até hoje.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

ERA UMA VEZ...

Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico...
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito.
Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa.
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:

- Eu, hein?... nem morta!


- Luís Fernando Veríssimo -

domingo, 18 de abril de 2010

O SOM MELODIOSO DE UAKTI.


 Uma antiga lenda nos conta que há muitos anos  existiu na Terra um ser mágico chamado Uakti. Por ser mágico, o seu corpo era repleto de buracos que, ao serem penetrados pelo vento, produziam sons  harmônicos, de grandiosa beleza. Esses sons melodiosos encantavam as mulheres da aldeia dos índios Tucanos, as quais por Uakti rapidamente se apaixonavam.
Despeitados e com ciúmes de Uakti, os homens da aldeia  se uniram para matá-lo. A violência foi tão grande, que do seu corpo só restou alguns pedaços, rapidamente enterrados próximo da aldeia.
 Só que para surpresa dos Tucanos, primaveras mais tarde, exatamente naquele local onde esse ser mágico fora brutalmente assassinado e enterrado,  brotaram plantas cilíndricas e longas, curiosamente ocas: nascia ali um bambuzal. E quando o vento soprava entre os bambus, produzia o mesmo som encantador de Uakti.
 Foi então, que os homens da aldeia se deram conta que poderiam produzir instrumentos para seduzirem as mulheres.
Dessa forma,  passaram a fazer flautas de bambu para encantar suas amadas com a beleza do som do instrumento.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A HISTÓRIA DO CAFÉ.

Aceita um cafezinho ?

Hoje é o dia Internacional do Café, alguém sabe como começou essa história?

Não há evidências reais sobre a descoberta do café, mas existem algumas lendas que relatam sua possível origem.

Uma das mais aceitas e divulgadas é a do pastor Kaldi, que viveu na Absínia, hoje Etiópia, há cerca de mil anos. Ela conta que Kaldi, observando suas cabras, notou que elas ficavam alegres e saltitantes, e que esta energia extra se evidenciava sempre que mastigavam os frutos de coloração amarelo-avermelhada dos arbustos existentes em alguns campos de pastoreio.

O pastor notou que as frutas eram fonte de alegria e motivação e, somente com a ajuda delas, o rebanho conseguia caminhar por vários quilômetros por subidas infindáveis.

Kaldi comentou sobre o comportamento dos animais a um monge da região, que decidiu experimentar o poder dos frutos. O monge apanhou um pouco das frutinhas e levou consigo até o monastério.
Ele começou a utilizá-los na forma de infusão, percebendo que a bebida o ajudava a resistir ao sono enquanto orava, ou em suas longas horas de leitura do breviário.
Esta descoberta se espalhou rapidamente entre os monastérios, criando uma demanda pela bebida. As evidências mostram que o café foi cultivado pela primeira vez em monastérios islâmicos no Yemen.

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Em 1727 o sargento-mor Francisco de Melo Palheta, a pedido do governador do Estado do Grão-Pará, lançou-se numa missão para conseguir mudas de café, produto que já tinha grande valor comercial.
Para isso, fez uma viagem à Guiana Francesa, e lá se aproximou da esposa do governador da capital Caiena. Conquistada sua confiança, conseguiu dela uma muda de café-arábico, que foi trazida clandestinamente para o Brasil.

Devido às nossas condições climáticas, o cultivo de café se espalhou rapidamente, com produção voltada para o mercado doméstico. Em sua trajetória pelo Brasil o café passou pelo Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Num espaço de tempo relativamente curto, o café passou de uma posição relativamente secundária para a de produto-base da economia brasileira.
Desenvolveu-se com total independência, ou seja, apenas com recursos nacionais, sendo, afinal, a primeira realização exclusivamente brasileira que visou a produção de riquezas.
Verdade ou não, foi desse jeito que eu ouvi dizer.
 
Nossa! Esse Francisco Palheta não era fraco (rs).


terça-feira, 13 de abril de 2010

DIA INTERNACIONAL DO BEIJO

O dia internacional do beijo foi criado por causa de um  italiano chamado  Enrique Porchelo que  beijava todas as mulheres que via pela frente, nem mesmo as casadas escapavam. 
Incomodado com o  fato, um padre francês  que morava na mesma vila do tal beijoqueiro, propôs pagar um prêmio milionário em moedas de ouro, para as únicas mulheres que conseguissem escapar do ataque do tal cidadão.
Vira daqui, remexe dali e nada. Todos os anos era a mesma coisa, não aparecia ninguém para receber o prêmio. 
Por causa disso, a quantia acabava sendo guardada e acumulada com a  do ano seguinte. E o saco só ia crescendo.
A população conta que nunca mulher alguma resgatou as tais moedas de ouro, já que o italiano Enrique Porchelo não dava mole e beijava todas. Acho até que elas gostavam.
Bem, o padre morreu frustrado, sem conseguir pagar o prêmio.
Conta a lenta  que as tais moedas de ouro ainda se encontram muito bem  escondidas, em algum lugar da vila italiana, só o padre sabia o esconderijo. Um saco cheio!
Por causa desse episódio, as pessoas passaram a comemorar o dia 13 de abril como o dia internacional do beijo.

 Essa história me fez lembrar um tal beijoqueiro português chamado José de Moura, taxista e morador do Rio de Janeiro, que beijava todos que encontrava pela frente, até o Papa e o Frank Sinatra não escaparam. 
Ô cara para gostar de beijar !
Quem é clássica como eu, lembra bem.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O REI E O VASSALO.

A nossa vida é um texto
Que deve ser pontuado
De maneira cuidadosa
Porque um sinal errado
Por mais ingênuo que seja
Muda um significado.

Era uma vez, um rei. 
 Num certo dia, um de seus vassalos foi condenado à morte.
Todos os recursos
já haviam sido usados em sua defesa, mas, enfim, era chegado o triste momento.
O carrasco
seguia com ele em direção à forca.
O rei, disse:
- Um momento ! Vou dar-lhe a última chance, meu rapaz ! Uma vírgula, no lugar certo, poderá salvá-lo.
E escreveu a seguinte frase:

"Se a Lei condena eu não posso livrá-lo".

E aí? 
Se fosse você,onde colocaria a vírgula para salvar o vassalo?

(Desconheço a autoria da foto publicada acima)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A PEDRA DO PICO E A ALAMOA.

Eu ouvi dizer que lá pelas bandas de Fernando de Norinha, os antigos detentos do presídio da ilha  contavam que nas vésperas de tempestades, quase sempre à meia-noite, aparecia na praia uma mulher lindíssima, muito alta, com longos cabelos louros e completamente nua, dançando ao som do bater das ondas, iluminada pelos relâmpagos. Seus pés pareciam não tocar no chão e sim flutuar na areia. 
Era a alamoa, feminino de alamão (alemão), pois conforme a interpretação popular, mulher loura naquelas paragens só poderia ser alemã.
Aqueles que sucumbem a seus encantos vêem-na se transformar em um esqueleto. Para alguns, é uma alma penada, à procura de um homem forte que a ajude a desenterrar um tesouro escondido.
A pedra do Pico é a sua morada. Em noites de lua cheia, a pedra se fende, abrindo-se uma porta, por onde sai uma luz. 
A bela alamoa baila atraindo sua vítima. Aqueles que entram em sua morada, logo constatam com horror a terrível transformação. 
Seus belos e brilhantes olhos transformam-se em dois buracos e ela vira uma caveira horripilante. 
Então, a fenda se fecha e o pobre homem nunca mais é visto.
Seus gritos de pavor, no entanto, ainda ressoam no local durante muitos dias.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

UMA RECEITA DE FAMÍLIA.

Mais que ensinar a fazer pratos, os cadernos de culinária contam um pouco da história de cada um, afinal trocar receitas também é um ato de contar histórias.
Ao contrário do que se pensa, os primeiros livros de receitas não surgiram em decorrência dos cadernos. Os livros vieram antes. O primeiro de que se tem notícia chama-se "Auspicius Culinaris". 
Surgiu ainda na Idade Média e compreendia um conjunto de receitas reunidas por Auspicius, um festeiro e gourmet dos arredores de Roma, na Itália. 
Mas o livro de receitas tal qual o conhecemos, com ingredientes, quantidades, modos de fazer e ilustrações, foi uma invenção de chefes de cozinha das cortes reais européias, cuja preocupação era conservar as normas de fazer dos manjares, para que futuros chefes de cozinha seguissem o ritmo impecável dos sabores consagrados pelas cortes.
No Brasil, os primeiros livros de receitas vieram parar aqui com a chegada da família real, em 1808, que trouxeram ainda utensílios e alguns ingredientes de cozinha. Aos poucos, a cultura européia da cozinha foi sendo adaptada às condições tropicais da nossa terra. Com o passar do tempo, os portugueses começaram a ensaiar combinações corajosas na culinária e foram adaptando ao seu sabor, ingredientes brasileiros. Na falta de trigo, tentaram usar a mandioca; no lugar da castanha portuguesa, incluíram a castanha de caju. 
Apenas a partir do fim do século XIX, surgem no Brasil os primeiros cadernos de receitas propriamente ditos. Foi quando as mulheres passaram a ser alfabetizadas. As receitas, antes uma tradição oral, começaram então a ser anotadas. Tudo obra de avós ou mães que, ao arrumar o enxoval das filhas ou netas prestes a sair de casa, incluíam como item essencial um caderno repleto de receitas. Eles representam um legado daquilo que foi apreendido pelo gosto da família.  A tal ponto de surgirem iguarias com nomes de famílias, algumas tão antigas quanto os clãs que lhes deram origem.
Algumas famílias guardavam a sete chaves a receita de pratos tradicionais, que às vezes levavam o sobrenome de quem os criou. É o caso do "bolo Souza Leão", por exemplo, cuja fórmula foi guardada em segredo pela família homônima, de Pernambuco, por muito tempo. Sua receita - basicamente mandioca, ovos e muito açúcar - soa como um eco do passado, dos tempos em que, nas casas grandes dos engenhos de cana no Nordeste, sinhazinhas e mucamas iam preparar o doce colocando na mesma panela receitas portuguesas misturadas aos produtos da terra, como o coco e a mandioca. 
Em seu livro "Nordeste", o sociólogo pernambucano Gilberto Freyre diz que essa e outras receitas demoraram a ser popularizadas. "Não só pela sua natureza complexa como pelo ciúme de sinhás donas ilustres que conservam as receitas dos velhos bolos como jóias de família", escreveu Freyre. 
Com o passar dos anos, e em conseqüência do troca-troca de receitas entre famílias e amigas, elas ganharam as páginas dos jornais e revistas e viraram inclusive livros. O segredo do "Souza Leão" passou a ser, definitivamente, conhecido pelo Brasil inteiro no clássico "Açúcar - Uma Sociologia do Doce", escrito por Freyre e publicado pela primeira vez em 1939. 
O popular livro de receitas brasileiro "Dona Benta", foi publicado pela primeira vez em 1940 e chegou, ano passado, a sua 76ª edição. Trata-se de uma das publicações de cozinha mais vendidas no Brasil, com cerca de mil receitas atualizadas e coletadas junto às famílias tradicionais brasileiras.
Sim, cadernos de receitas representam a memória culinária de nossas famílias, seus traços afetivos. São ferramentas para se observar a vida cotidiana do nosso passado e presente. Isso já faz dos escritos culinários, por si só, narrativas preciosas. Um patrimônio. Escritas que nos permitem olhar a comida antes de ela existir e acariciar a idéia de saboreá-la.
Mas, vale dizer, a receita de um prato jamais será uma fórmula exata para se chegar ao mesmo resultado sempre. Porque na culinária, como na vida, conta muito o que não pode ser expresso em palavras: a experiência de quem cozinha, a intuição usada na hora do saber fazer, os pequenos segredos. "Quinhentos gramas de farinha ,menos duas colheres. Depois, esticar a massa até ela ficar da grossura de um papelão", dizia minha avó, se referindo ao seu truque para que a massa do bolo-de-rolo jamais quebre em suas mãos. 
Ah... só que isso não está na receita, não.

(Por  Mariana Lacerda)


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Bem, como estamos tricotando sobre cadernos de receita, nada mais justo do que passar uma das minhas preferidas. Eu sou fã de bolos.
Esta receita  é de minha vozinha, uma doceira de mão cheia. Infelizmente ela já não se encontra entre nós desde 1985, mas o sabor de seus quitutes permanecem vivos nas nossas mesas até hoje, graça aos tais caderninhos de receitas.

BOLO DE MANDIOCA DA VÓ MARIA.

. 1 xícara (chá) de açúcar.
. 1 lata de leite condensado.
. 5 ovos inteiros.
. 4 e ½ colheres (sopa) de margarina.
. 1 e ½ xícara (chá) de leite.
. 4 e ½ xícaras (chá)  de mandioca crua ralada em tiras (500g).
. 1 e ½ colher (sopa) de fermento em pó químico.
. 4 e ½ colheres (sopa) de queijo ralado.
. 100 g de coco em flocos úmido..

Modo de preparo:

Bata no liquidificador os ovos, o leite condensado, o açúcar e a margarina.
Transfira para uma tigela e misture os demais ingredientes.
Acrescente sobre eles o líquido batido.
Mexa bem e despeje a mistura em uma forma untada.
Asse em forno pré-aquecidode 200ºC.

Agora só falta um cafezinho, hehehe.

Desconheço a autoria da foto publicada acima

quinta-feira, 1 de abril de 2010

MENTIRA TEM PERNA CURTA.

O costume de contar mentiras no dia 1º de abril, teve sua origem na França. Pois é, os franceses mentem há muito mais tempo que nós.
Desde o começo do século XVI  na França, o início do ano era comemorado em 25 de março, data que marcava o início da primavera. As comemorações se estendiam por uma semana, até dia  1º de abril, onde efetivamente,  dava-se início ao novo ano.
Mas, em 1564 o rei francês Carlos IX, num de seus rompantes, baixou um decreto adotando o calendário gregoriano, e o ano novo passou a ser festejado em 1º de janeiro.
Com a dificuldade de comunicação -  não existia rádio e nem televisão -, essa mudança causou uma tremenda confusão. Claro que as pessoas não gostaram da idéia e continuaram a considerar o 1º de abril como o primeiro dia do ano, mandando convites para festas, votos de felicidades uns para os outros .
Diante do fato consumado, a população passou então, a ridicularizar Carlos IX  enviando  presentes esquisitos, cartas e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como "plaisanteries". 
O costume se espalhou pelo mundo todo e, com o tempo, foram surgindo novas brincadeiras. Em países de língua inglesa o dia da mentira costuma ser conhecido como "April Fool’s Day" ou "Dia dos Tolos";  na Itália é chamado de  "pesce d’aprile", o que significa literalmente “peixe de abril”.
No Brasil, o "Dia da Mentira" ou "Dia dos Bobos" começou a ser difundido em Pernambuco, onde circulou “A Mentira”, um periódico de vida efêmera, lançado em 1º de abril de 1848, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. 
“A Mentira” saiu pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.
Tudo faz crer que as brincadeiras, originárias das "plaisanteris" francesas, continuarão sempre a existir, graças a eternidade das manifestações culturais no mundo inteiro.

Isso tudo é muito divertido, mas é importante lembrar que só é divertido falar mentiras somente no dia 1º de abril,  desde que depois a verdade seja revelada.

E você, já preparou a sua pegadinha para hoje ?